Notícia >> “Ainda falta a abolição das pessoas ao preconceito” (13/5/2011) |
ESCRAVIDÃO Conceitos errados ainda permeiam a situção da escravidão, na data em que é celebrada a abolição da escravatura. Esta é a reflexão de Ireunice de Siqueira, coordenadora da Pastoral afro-brasileira da Paróquia Santa Luzia. “Para a pastoral, ainda não há muito o que comemorar. Abolição é liberdade, o que ainda não veio, já que das senzalas o escravos foram para as ruas”, diz ela, justificando que, mesmo que velado ou negado, o preconceito contra o negro ainda existe. Ela, junto da tesoureira da pastoral, Rozélia Martins da Silva, salientam que não basta ser negro, mas sentir-se. A diferença é esta identidade e muitos só reconhecem quando vão aos Estados Unidos e ganham o carimbo de “black” [negro] nos documentos”, ilustra Ireunice. Elas defendem que, apesar da importância da abolição, sobretudo pelo que os antepassados sofreram para as conquistas de hoje, ainda há um mal pior a ser abolido. “O preconceito, de qualquer espécie, é que precisa ser abolido para um mundo melhor. É preciso que um veja o outro como tão digno quanto nós”. Ireunice lembra que, na época da abolição, a “liberdade” veio sem nenhum respaldo, não acompanhando demais direitos, como os previstos hoje. É o tipo de coisa que cobramos hoje, por meio de cotas em universidades e empresas”, exemplifica. Naquele contexto foi que apareceram as mães pretas, que, após ganharem alforria, ajudavam o povo, acolhendo e alimentando quantas pessoas podiam. Em homenagem a este esforço segue, neste fim de semana, a Festa da Mãe Preta, na Paróquia Santa Isabel de Portugal. “Toda cultura tem a sua beleza, não só a afro, mas a judaica, japonesa ou indiana”, salienta Ireunice. Embora em épocas e contextos diferentes, elas refletem que a escravidão ainda existe e o preconceito ainda é um problema. “Percebemos isso quando buscamos patrocínio para os nossos eventos”, lamenta. No que se refere à escravidão contemporânea, indicam dois filmes que ilustram esta situação: “Cinco vezes favela” e “Quanto vale ou é por quilo?”. A pastoral existe na Paróquia Santa Luzia desde 2002, criada pelo padre Maurício. Desde então, além da atuação religiosa, desenvolve atividades e promove cursos e eventos, com apoio da Rede Social Senac e Secretaria Municipal de Turismo e Eventos. A Festa da Mãe Preta terá apresentações amanhã e domingo, além do 2º Encontro Diocesano de Pastorais Afro, com o padre Valdinei da SIlva, assessor diocesano desta pastoral de Limeira. Mais informações pelo telefone 3445-1106. (DL) (GAZETA DE LIMEIRA, 13/05/2011) |
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
“Ainda falta a abolição das pessoas ao preconceito”
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