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sábado, 20 de novembro de 2010

Pastoral Afro quer fim do preconceito

Pastoral Afro quer fim do preconceito

20/11/2010 - 05:17
Autor: Redação JL

O Dia da Consciência Negra é uma data especial para a comunidade da Paróquia de Santa Isabel, no Parque Hipólito, em Limeira, que tem uma pastoral direcionada para assuntos relacionados à comunidade negra na cidade. É a Pastoral Afro-brasileira, comandada pelo padre Valdinei Antônio da Silva, assessor diocesano da pastoral.

Com a atividade dos integrantes da pastoral, a comunidade realiza em Limeira um trabalho contra a discriminação e o preconceito racial. "Temos um trabalho nas paróquias de Santa Isabel, Santa Luzia e Nossa Senhora de Lourdes, mas que avança por toda a cidade", comenta o padre.
Ele considera que o Brasil ainda vive resquícios de discriminação aos negros e não teve seu processo de abolição completo. "Dentre os mais pobres estão as crianças negras. As mulheres negras têm salários menores e não há negros em igual número que brancos dentro das faculdades. Estamos trabalhando para mudar isso", destaca.

A pastoral desenvolve projetos com crianças e adolescentes - como oficinas e cursos em parceria com o Senac -, além de formar adultos líderes de comunidade. Há grupos de capoeira e dança que participam de apresentações em eventos. "Não é só um trabalho religioso, mas também social, porque abrange toda a cidade. Até mesmo outras igrejas", afirma o padre.
Durante as celebrações das missas, também são evidenciados os fatores afro-brasileiros. As vestimentas utilizadas pelo padre na celebração são coloridas e estampadas, com panos típicos africanos. "Queremos mostrar a Nação brasileira com essa cara pluriética. O rito é o mesmo da missa romana, mas é uma celebração que traz alegria, que leva a pessoa a ter esperança, mesmo diante da adversidade", fala.

Os temas tratados com a comunidade negra vão desde a cultura e tradições, passando por assuntos como educação, saúde e doenças específicas em negros. "A consciência que a pastoral traz para a população promove um resgate com relação às tradições africanas por todas as frentes", diz.
Para o padre, o feriado da Consciência Negra tem promovido melhoras significativas em relação à reflexão sobre o assunto, mas ele acredita que ainda é preciso melhorar mais. "Há muitos segmentos na sociedade que ainda não aceitam a data. Dizem ser só mais um feriado, porém, é um marco para discutir a consciência sobre o assunto com o povo", considera.

Os trabalhos desenvolvidos pela Pastoral Afro-brasileira atingem não só Limeira, mas são referência em cidades da região - como Americana, Araras, Conchal, Cosmópolis e Leme. A Diocese de Limeira e mesmo a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apoiam a iniciativa. O sonho da comunidade é que o assunto se expanda e passe a ser tratado durante todo o ano, e não só no mês de novembro ou no feriado. "Precisamos abrir um diálogo com todos os setores", sugere o padre. Hoje, às 19h, na Paróquia de Santa Isabel, terá uma missa especial em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Após a missa, haverá uma roda de samba. "Celebramos o que já lutamos, já pensando daqui para frente", comenta.

O padre chama a comunidade a aproveitar a data para refletir. "Que a sociedade aproveite para pensar e evoluir no sentido de erradicar o preconceito racial. É inadimissível achar que uma pessoa é melhor que a outra por uma diferença racial. A diferença é uma riqueza", afirma.


FONTE:
http://www.jornaldelimeira.com.br/site/noticias_detalhes.php?ID_Noticia=38948

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